A razão mais frequente de visitas ao meu consultório é a queixa dos familiares de que seu filho tem “pé torto”. Ao ouvir isso, já se passa na minha cabeça: “a queixa na verdade é de pé plano”. Na quase totalidade das vezes, realmente o caso é de pé plano, e não de pé torto. Ocorre que no imaginário popular é tudo a mesma coisa, mas na verdade não é. Há diferença enorme da natureza e progressão da doença, tipo de tratamento, e sequelas futuras se não tratadas. O pé plano, que consiste no “pé chato” ou naquele em que a “curvinha” interna não aparece, normalmente quando chega ao meu consultório, é em criança bem jovem, entre 1,5 a 7 anos de idade; nessa faixa etária, a doença é facilmente tratada, raramente necessitando de cirurgia. Após essa idade, porém, pode ser caso cirúrgico. Todos os casos, porém, necessitam ser vistos para que seja instituído o tratamento correto.
O pé torno, por outro lado, consiste no pé invertido para dentro, é rígido, sendo usualmente facilmente visível desde o nascimento. O tratamento é muito mais complexo, tendo que ser iniciado logo que possível, nas primeiras semanas de vida. Quase todos os casos necessitam cirurgia. Se tratado no começo, a cirurgia é pequena; se tratado tardiamente, a cirurgia começa a se tornar mais complexa.
O resumo disso tudo é que, quando os pais pensam que seu filho tem “pé torto”, o ideal é que levem mesmo ao ortopedista pediátrico. Então, na consulta, poderá ser dado o veredito da doença, e orientada a melhor forma de tratamento.
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