Luxação de Quadril/DDQ: É necessário operar? (parte1)

Olá,

O assunto de hoje será sobre a luxação de quadril, ou displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ), e o seu tratamento não-cirúrgico.

No post anterior discutimos sobre a triagem para identificação de DDQ em recém nascidos e dos aspectos gerais do tratamento, esclarecendo que até os 6 meses de idade é possível a cura de forma não cirúrgica (que ocorre na grande maior parte dos casos identificados precocemente) com uso de suspensórios e/ou órteses. Mas como é mesmo que se conduz esse tratamento? É exatamente disso que falaremos abaixo.

Como mencionado anteriormente, idealmente a DDQ é suspeitada já no berçário por meio de exame físico a ser realizado por pediatra. Nesses casos, o pediatra costuma encaminhar para avaliação especializada com o ortopedista pediátrico, que confirma a doença realizando novo exame físico e também, na maior parte das vezes, por meio do exame complementar de ecografia. Algumas vezes, porém, a DDQ é tão evidente no exame físico que o tratamento já é iniciado sem a realização da ecografia.

Então, com ou sem ecografia, como é esse tratamento? Bem, com o diagnóstico de DDQ confirmado, aí, até o 6o mês de vida, deve-se posicionar o suspensório de Pavlik, que tem o seguinte aspecto:

Pode-se também utilizar a órtese de Tubingen, que tem o mesmo fim, e se apresenta assim:

O bebê permanece utilizando esses dispositivos, aproximadamente da forma mostrada nas figuras acima por tempo integral por pelo menos 6 semanas, em meio ao que deve ser realizada nova ecografia para confirmar o bom posicionamento dos quadris.

Passadas 6 semanas de estabilidade dos quadris com uso de dispositivo, novo exame ultrassonográfico deve confirmar o bom posicionamento articular. Muitas vezes o tratamento com suspensório/órtese, ultrapassa a 6a semana para aquisição de estabilidade adequada. Exame de Rx no 3o ou 4o mês de vida deve confirmar o bom resultado do tratamento. Novos Rx com 1 ano, e anualmente a seguir, devem ser realizados para acompanhamento.

Por hoje a discussão seria essa. Na próxima abordaremos outras formas de tratamento em caso de insucesso com o uso do suspensório e/ou órtese, e após o 6o mês de vida.

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